O que é ser acólito?


O ministério dos acólitos

Um grupo de acólitos, bem formado, é um testemunho de beleza e de comunicação que incita e promove a participação da assembleia, na comunhão de um só corpo e de um só espírito.

História do ministério dos acólitos

O ministério de acólito é muito antigo na Igreja. Foi, durante séculos, uma das quatro ordens menores (com o ostiário, leitor e exorcista). A história mostra-o levando a Eucaristia aos doentes e aos presos, os círios na procissão de entrada do Papa ou do Bispo ou exercendo diversas tarefas nos ritos do catecumenato.

Em 1972, com o “Motu proprio” Ministeria Quaedam, de Paulo VI, foram suprimidas as quatro ordens menores, mas permaneceram para a Igreja universal dois “ministérios instituídos”, o de leitor e o de acólito, não apenas como degraus do sacramento da Ordem, mas como verdadeiros ministérios laicais. Até à data, entre nós, estes ministérios “instituídos” que supõem uma maior oficialidade e estabilidade, continuam a ser apenas conferidos aos que estão a caminho do Sacerdócio ministerial. Seria entretanto desejável que, na perspectiva do que foi proposto há décadas atrás pelo referido “Motu proprio”, houvesse em cada paróquia leitores e acólitos instituídos e outros ministérios laicais que assumissem estavelmente as suas funções específicas. Deste modo, dar-se-ia mais solidez e consistência às comunidades locais (paroquiais e outras) e provocar-se-ia um novo impulso vocacional para as necessidades da Igreja diocesana e universal.

Funções do acólito

Quanto ao acólito, as principais funções são: ajudar o diácono e o presbítero no serviço do altar; preparar e purificar os vasos sagrados na ausência do diácono; formar e coordenar os outros serviços litúrgicos; distribuir a Eucaristia, expor e repor o Santíssimo Sacramento (sem dar a bênção), na ausência, impossibilidade ou insuficiência de ministros ordenados. Mas sem dúvida que poderiam atribuir-se outras importantes tarefas relacionadas com a Liturgia e os Espaços sagrados.

Por outro lado, felizmente, em diversas comunidades, há leigos, crianças e jovens (em número notável) e adultos que realizam estas funções, de forma permanente, com o reconhecimento e apoio dos responsáveis. Organizam as procissões, levam a cruz, os círios, o evangeliário e o incenso; assistem à preparação do altar, levam o pão, o vinho e a água; recolhem as ofertas dos fiéis; ministram o lavabo; colocam à disposição do Presidente o que é necessário para as diferentes celebrações (água benta, incenso, livros, etc.); ajudam, depois da comunhão, a retirar, do altar para a credência, os objetos usados na celebração; cuidam dos microfones, etc. Embora não sejam “ministros instituídos”, realizam, como diz o Concílio (SC 29) um verdadeiro ministério litúrgico.

Este ministério de acólito é relevante e necessário. Nesse mesmo sentido vai a Instrução Geral do Missal Romano (Cfr. nº 116) ao preconizar e recomendar que, nas celebrações litúrgicas, haja ao menos um acólito. Este mínimo, 1 acólito, 1 leitor e 1 cantor deveria ser atingido, em qualquer celebração dominical. Felizmente que, ainda hoje se vêem, em muitas paróquias, grupos de acólitos, de forma mais ou menos organizada, na redescoberta deste admirável ministério na celebração litúrgica. Um grupo de acólitos, bem formado, é um testemunho de beleza e de comunicação que incita e promove a participação da assembleia, na comunhão de um só corpo e de um só espírito.

A linguagem gestual, não excêntrica, extravagante ou esotérica, mas, de acordo e sintonizada com o Ritual da Igreja, sóbria e clara, interiorizada e expressiva, vivida e exteriorizada, pontuando os ritos, unifica, dá energia e exuberância à celebração, concita e unifica os sentimentos dos participantes. O acólito realiza uma verdadeira ação simbólica: ocupando e movimentando-se nos diversos espaços celebrativos, mostra que a Liturgia é, sobretudo, ação de Deus, que convocou o Seu povo e o convida a ser participante deste Seu agir para Sua glória e salvação nossa. Trata-se, como agora se diz, de uma sinergia do Espírito e da Igreja, Esposa e Corpo de Cristo, o Sumo-sacerdote da nova e eterna Aliança. Além disso, um grupo de Acólitos tem uma função altamente pedagógica: a simples presença de acólitos no espaço do presbitério, à volta do evangelho ou do altar, é como que uma figuração visual, viva e expressiva, como que um espelho, de toda a comunidade, atenta, presente e ativa, de corpo e espírito, no Mistério celebrado.

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