quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Nosso modelo de Oração!

 

"40 dias de Oração, Jejum e Esmola"
6º dia da Quaresma


Neste sexto dia da quaresma, 28 de fevereiro, a palavra de Deus nos fala o seguinte:
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras. Não sejais como eles, pois vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais.
Vós deveis rezar assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. De fato, se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará as faltas que vós cometestes.
Este é o grande modelo de oração que nos propõe nosso Senhor Jesus Cristo, não somente com uma repetição de palavras, mas sim como a vivência da oração e como caminho de vida.
Agarremos a este modelo nesta caminhada quaresmal, e elevemos ao Senhor nossa vida e nossa oração.
Por isso convido você a rezar, neste 6º dia da quaresma esta grande oração do Pai Nosso!

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Pai Nosso que estais no Céu, Santificado seja o Vosso nome, venha a nós o Vosso Reino, seja feita a Vossa vontade, assim na Terra como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
Amém!

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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Rumo à santidade!

 

“40 dias de Oração, Jejum e Esmola”
5º dia da Quaresma


Continuando nossa caminhada quaresmal nesta segunda-feira 27 de Fevereiro, vivemos nosso 5º dia.

Em nossa reflexão do 2ºdia falavamos sobre a restauração ou a reforma, e continuaremos refletindo sobre esta realidade.
A liturgia hoje nos fala sobre a busca pela Santidade. Como devemos agir, ou seja, viver, para que a santidade seja parte de nossas vidas.

Vamos ler a Palavra:

Primeira Leitura: Livro do Levítico 19,1-2.11-18
Julga teu próximo conforme a justiça

O Senhor falou a Moisés, dizendo: "Fala a toda a Comunidade dos filhos de Israel, e dize-lhes: Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo. Não furteis, não digais mentiras, nem vos enganeis uns aos outros. Não jureis falso por meu nome, profanando o nome do Senhor teu Deus. Eu sou o Senhor.
Não explores o teu próximo nem pratiques extorsão contra ele. Não retenhas contigo a diária do assalariado até o dia seguinte. Não amaldiçoes o surdo, nem ponhas tropeço diante do cego, mas temerás o teu Deus. Eu sou o Senhor.
Não cometas injustiças no exercício da justiça; não favoreças o pobre nem prestigieis o poderoso. Julga teu próximo conforme a justiça. Não sejas um maldizente entre o teu povo. Não conspires, caluniando-o, contra a vida do teu próximo. Eu sou o Senhor.
Não tenhas no coração ódio contra teu irmão. Repreende o teu próximo, para não te tornares culpado de pecado por causa dele. Não procures vingança, nem guardes rancor aos teus compatriotas. Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor".

Deus é santo. Está para além do mundo e da história, separado do mundo, incompreensível com o mundo, incompreensível ao mundo. Interessa-se, porém, pelos homens, pelas relações dos homens entre si, suas relações comunitárias. E por ser santo, comunica-se ao homem por amor, por ele se interessa para arrancá-lo de sua incapacidade, libertá-lo da escravidão de si mesmo e das coisas, levá-lo à sua "santidade".

A lei que Deus dá aos homens não é imposição caprichosa, é o dom de um Deus que quer os homens semelhantes a ele, participantes de sua santidade. Pelo fato de os cristãos haverem sido "santificados" pelo batismo não se há de crer que não possa mais haver algum conflito entre eles, nem nos deve escandalizar a verificação da presença de contestações e de males na Igreja.

O fato de serem crentes, membros da mesma Igreja, não suprime as contradições humanas, não elimina os contrastes, não resolve as contestações. A Igreja, contudo, ajuda a viver as contradições no amo'; reúne à mesma mesa pessoas divididas pelas idéias, ensina a recorrer à penitência quando não se é capaz de controlar os próprios sentimentos.

Precisamos caminhar de acordo com os ensinamentos do nosso Senhor, pois somos todos vocacionados à santidade. Ser santo não é uma qualidade apenas daqueles que consagraram sua vida a Deus, como os Sacerdotes ou Religiosos, pelo contrário, a santidade é para todo povo de Deus.

Quando nossa vida se torna realmente a vivência do Evangelho, estamos sim, vivendo a santidade.

Meu irmão e minha irma, hoje, neste 5º dia, termino minha reflexão com a Palavra de Jesus, nos falando sobre a presença D’Ele em nossa vida.

Evangelho segundo Mateus 25,31-46

Assentar-se-á em seu trono glorioso
e separará uns dos outros

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: "Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.
Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: 'Vinde benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar'.
Então os justos lhe perguntarão: 'Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem roupa e te vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar?' Então o Rei lhes responderá: 'Em verdade eu vos digo, que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!'
Depois o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: 'Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos. Pois eu estava com fome e não me destes de comer; eu estava com sede e não me destes de beber; eu era estrangeiro e não me recebestes em casa; eu estava nu e não me vestistes; eu estava doente e na prisão e não fostes me visitar'.
E responderão também eles: 'Senhor, quando foi que te vimos com fome, ou com sede, como estrangeiro, ou nu, doente ou preso, e não te servimos?' Então o Rei lhes responderá: 'Em verdade eu vos digo, todas as vezes que não fizestes isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizestes!' Portanto, estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna"-

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Oremos:
Convertei-nos, ó Deus, nosso salvador, e, para que a celebração da Quaresma nos seja útil, iluminai-nos com a doutrina celeste. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

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1º Domingo da Quaresma

 

3º e 4º dia da Quaresma
Sábado e Domingo
(1º Domingo da Quaresma)


O terceiro e quarto dia da quaresma, foram marcados pelo primeiro domingo da quaresma.
Vamos ver o que Deus nos falou nestes dias:

Evangelho segundo Marcos 1,12-15


Foi tentado por Satanás, e os anjos o serviam.
Naquele tempo, o Espírito levou Jesus para o deserto. E ele ficou no deserto durante quarenta dias, e aí foi tentado por Satanás. Vivia entre animais selvagens, e os anjos o serviam.
Depois que João Batista foi preso, Jesus foi para a Galiléia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: "O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!"

Em Marcos, esta narrativa da tentação parece ser o prenúncio simbólico o ministério de Jesus, prestes a se iniciar: a agressão sucessiva dos líderes religiosos que se colocam como seus adversários é a provação de satanás e o convívio com as feras; e o conforto da fraternidade dos discípulos, iniciados no seu aprendizado, é o serviço dos anjos.

Mateus e Lucas apresentam a tentação por satanás em três etapas. Transformar pedras em pães, adorar o tentador e apossar-se do mundo, e atirar-se do alto do Templo desafiando a Deus. São as características de um messias que tem soluções enganosas para as aspirações populares, que se apossa do poder e que ostenta uma condição divina. Tal messianismo é descartado por Jesus. O Espírito recebido no batismo conduz Jesus, o qual vence as tentações.

As tentações foram associadas à narrativa do batismo de Jesus como pedagogia catequética: os neobatizados devem estar preparados e fortalecidos para enfrentar as tentações após terem recebido seu batismo.

As duas primeiras leituras de hoje são alusivas ao batismo: "Nesta arca [de Noé], umas poucas pessoas... foram salvas, por meio da água. À água corresponde o batismo, que hoje é a vossa salvação". Pode-se ver que, em sua leitura alegórica do dilúvio, o autor da Primeira Carta de Pedro se ateve ao segundo momento do dilúvio, quando Noé e os seus sobrevivem, após a destruição total pelas águas.

O tempo litúrgico da quaresma, que se inicia hoje, tem uma característica de tempo forte de conversão. Resistir às tentações que se apresentam agradáveis aos sentidos, ao conforto, à segurança, à vaidade, estimulando o sucesso pessoal no usufruto do poder, levando à indiferença pelo próximo humilde e sofredor. É tempo de voltar-se amorosamente para o nosso próximo, particularmente aquele excluído e empobrecido, na partilha e na comunhão de vida

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Nesta continuação de nossa caminhada Quaresmal, oremos ao Senhor:

Concedei-nos, ó Deus onipotente, que, ao longo desta Quaresma, possamos progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a seu amor por uma vida santa. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Reformar ou restaurar?


“40 dias de Oração, Jejum e Esmola”
2º Dia da Quaresma
Hoje, no romper da madrugada, diante do nosso Senhor Jesus, recebemos uma grande missão de Jejuar, Silenciar e Orar.
Estamos no momento de nos aventurar dentro do nosso ser e perceber as chagas, lacunas e desvios, e depois com a graça de Deus precisamos reestabelecer o rumo.
Porém quando vamos refletir sobre isso, chegamos a uma pergunta: Precisamos reformar ou restaurar nossas vidas?

Nesta caminhada quaresmal, em que buscamos a conversão e o encontro com Deus, esta pergunta nos coloca para pensar sobre a esssencia da mudança.
Para entendermos, vamos ver as definições gramaticais de cada palavra:
re.for.mar
(re+formar) vtd 1 Tornar a formar; dar forma melhor e mais aperfeiçoada a: Reformar o ensino. Reformar um trabalho literário. vtd 2 Mudar, no todo ou em parte; reorganizar, atualizar: Reformar o mobiliário. O governador reformou o secretariado. vtd 3 Expurgar dos erros ou defeitos; corrigir, emendar, moralizar: Reformar as instituições, os costumes.vpr 4 Corrigir-se, emendar-se: O ex-presidiário reformou-se, tornando-se bom cidadão. vtd 5 Dar reforma a (o funcionário público, civil ou militar): O Governo reformou todos os militares sediciosos. Reformou o coronel no posto de general.vpr 6 Obter a reforma: O velho capitão reformou-se. vtd 7Revisar e consertar totalmente: Reformou o carro.
res.tau.rar
(lat restaurare) vtd 1 Instaurar de novo: Restaurar um império. vtd 2 Repor no primitivo estado: Restaurar a força, a riqueza, a saúde perdidas. Esta droga nos restaura a saúde.vpr 3 Restabelecer-se: Recuperou vigor e energia; restaurou-se. Restaurar-se da doença, dos males. vtd 4 Tornar a pôr em vigor; restabelecer: "Intentavam restaurar a realeza ou o cesarismo" (Latino Coelho). vtd 5 Dar novo esplendor a:Restaurar as artes, as ciências decaídas. vtd 6 Consertar, reparar, retocar: Restaurar um templo. vtd 7 Restituir ao poder: Restaurar uma dinastia, um governo. vtd 8 InformRetornar um arquivo a sua condição inicial antes de qualquer modificação ser efetuada.
Qual você acha que é a real necessidade de cada um de nós nessa quaresma:

Reforma ou restauração de nossas vidas?

Vamos rezar, e amanha continuamos nesta caminhada.

Beijos no coração!
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Oração:
Ó Deus, assisti com vossa bondade a penitência que iniciamos, para que vivamos interiormente as práticas externas da Quaresma. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém
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Quaresma… Tempo de encontro com Deus.

 

“40 dias de Oração, Jejum e Esmola”

1º Dia da Quaresma

Logo Quaresma dos JovensO período da Quaresma é reservado para a reflexão, a conversão espiritual. Ou seja, o católico deve se aproximar de Deus visando o crescimento espiritual. Os fiéis são convidados a fazerem uma comparação entre suas vidas e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos. Esta comparação significa um recomeço, um renascimento para as questões espirituais e de crescimento pessoal. O cristão deve intensificar a prática dos princípios essenciais de sua fé com o objetivo de ser uma pessoa melhor e proporcionar o bem para os demais.A quaresma vai a até a páscoa quando o Senhor ressucita.

Evangelho nos fala:
Evangelho segundo Lucas 9,22-25
Quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará!
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”.
Depois Jesus disse a todos: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz cada dia e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará. Com efeito, de que adianta a um homem ganhar o mundo inteiro, se perde e se destrói a si mesmo?”

Quem se propõe a seguir Jesus, não pode escusar-se de refazer o caminho do Mestre. Este caminho tem uma dinâmica bem definida. Jesus começa recusando-se a se apegar à sua igualdade com Deus, e, por conseqüência, dispondo-se a assumir, plenamente, a condição humana. Passa pelo testemunho radical do Pai e de seu Reino, sem se importar com a opinião de quem o critica. E se consuma na morte de cruz, como desfecho natural de uma vida de total renúncia de si mesmo.
Também do seguidor de Jesus exige-se a disposição de abrir mão de seus projetos pessoais, escolhendo somente os que são compatíveis com o Reino, sem poupar-se ou estabelecer limites, quando se trata de executá-los. Põe em risco a própria salvação, quem se deixa levar pela prudência humana, e procura salvaguardar certas dimensões de sua vida, temendo colocá-las em jogo.
À imitação de Jesus, seu seguidor tem um coração desapegado, livre dos ideais mesquinhos de ganhar o mundo inteiro, ao preço da própria condenação. Esta liberdade capacita-o a trilhar o caminho de Jesus, embora tendo de enfrentar a cruz, com seu componente de rejeição e de morte.
O seguimento exige disposição e coragem para não nos determos na metade do caminho. Como seguidores do Mestre, somos desafiados a concluir, com ele e como ele, a sua mesma caminhada.

Neste dia, oremos ao senhor:

Inspirai, ó Deus, as nossas ações e ajudai-nos a realizá-las, para que em vós comece e termine tudo aquilo que fizermos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo. Amém.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

9º dia da Novena

 

A casa construída sobre a rocha

(Mt 7,25)

Quero falar com vocês esta noite sobre uma grande descoberta a Respeito do matrimônio. Assim com DEUS inicia-se com a letra “D” o matrimônio tem três “Ds” para nos mostrar a grandiosidade deste dom.

O primeiro “D” refere-se ao fato de que Deus DETERMINOU o matrimônio. Não é bom que o homem esteja só.

Você pode viver solteiro e feliz? Claro que pode, mas tem um preço para isso. Não terá a cumplicidade experimentada apenas por aqueles que tem uma vida matrimônial. Quem é casado sabe, nenhum outro relacionamento pode substituir com precisão o casamento. Nenhuma amizade, nenhum animalzinho de estimação, nem mesmo a relação com nossos filhos é capaz de substituir o relacionamento com nosso cônjuge. Ainda assim, alguém pode ser feliz? Pode, volto a afirmar, mas tem um preço a pagar. Infelizmente o que se percebe é que muitas pessoas querem ter a liberdade de uma vida de solteiro com os privilégios de uma vida de casado.

O segundo “D” a que Deus DEFINIU o matrimônio: Monogâmico, heterossexual e vitalício.

Quando Deus definiu o matrimônio, Ele o fez com conhecimento de causa. Ele nos criou e sabe como funcionamos. Deus definiu da seguinte forma: o matrimônio é monogâmico. O que é uma benção. Deus também definiu o matrimônio como heterossexual. Ou seja, Deus nos revela que a graça matrimonial se dá entre um homem e uma mulher. A procriação só é possível com a junção de um homem e uma mulher, fora disso é impossível, por vias naturais.Outra definição de Deus para o matrimônio é que ele deve ser vitalício. Tenho uma notícia sobre este tópico. Deus não estava mentindo quando afirmou isto. Quando Deus diz que o matrimônio é para a vida toda, é exatamente isso que Ele quer dizer. Para a vida toda. Não importa se seu matrimônio não vai bem; é para a vida toda. Não importa se você não ama mais; é para a vida toda. Não importa se você está gostando de outra pessoa; é para a vida toda. Querido, o casamento é v-i-t-a-l-i-c-i-o. Não importa se não ama mais, busque a Deus e volte a amar. Deus é a fonte da felicidade, então recorra a Ele, busque, chore, implore. Deus está pronto para salvar o seu matrimônio. E como o matrimônio é uma realidade espiritual, você só o salvará espiritualmente.

E o terceiro “D” a que Deus DEFENDEU o matrimônio. O que Deus uniu que não separe o homem.

O Senhor Jesus foi argüido a respeito do divórcio. Perceba que este é um assunto que em todas as eras chamou a atenção de todos. Como Jesus era revolucionário em muitas áreas, talvez alguém quisesse uma palavra de liberalidade de Cristo quanto à questão do divórcio e novo casamento. Vejamos: Os fariseus vieram perguntar-lhe para pô-lo à prova: É permitido a um homem rejeitar sua mulher por um motivo qualquer? Respondeu-lhes Jesus: Não lestes que o Criador, no começo, fez o homem e a mulher e disse: Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e os dois formarão uma só carne? Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu. Disseram-lhe eles: Por que, então, Moisés ordenou dar um documento de divórcio à mulher, ao rejeitá-la? Jesus respondeu-lhes: É por causa da dureza de vosso coração que Moisés havia tolerado o repúdio das mulheres; mas no começo não foi assim. Ora, eu vos declaro que todo aquele que rejeita sua mulher, exceto no caso de matrimônio falso, e desposa uma outra, comete adultério. E aquele que desposa uma mulher rejeitada, comete também adultério. Seus discípulos disseram-lhe: Se tal é a condição do homem a respeito da mulher, é melhor não se casar! Respondeu ele: Nem todos são capazes de compreender o sentido desta palavra, mas somente aqueles a quem foi dado. ... Quem puder compreender, compreenda. (Mt 19, 3-12)

Jesus defendeu o seu matrimônio. E sabe de quem Jesus o defendeu? De você mesmo. Deus conhece sua realidade, Ele sabe quão difícil é para você permanecer casado com este homem ou com esta mulher, mas Ele também sabe que você tentou a exaustão de maneira errada. Assim, se você quer de fato ter um matrimônio pleno, feliz, use a ferramenta certa. Lembre-se, o matrimônio é antes de tudo uma experiência espiritual. Assim, para salvar seu lar, sua família, seus filhos, seu matrimônio, só há um caminho: Deus!

Encontramos nesses três “Ds” o idealizador do que hoje chamamos de matrimônio. Perceba que esta instituição tem origem celeste e assim ela não pode estar errada. O problema que hoje se vê é que embora todos saibam que Deus criou o matrimônio de maneira geral, ele não anda tão bem quanto poderia estar. Quatro em cada dez casamentos acabam em divórcio. E dos seis restantes, uma pesquisa revelou que cerca de 80% não podem declarar-se satisfeitos com o matrimônio.

Mas se tudo saiu da mente de Deus, se foi Deus quem determinou, definiu e defendeu o matrimônio, então por que tão poucas pessoas são felizes nele? Acredito que você saiba a resposta. Tudo que Deus criou nós manchamos com o pecado. Pode ter certeza, se algo não dá certo é porque tem a mão humana em algum momento do processo.Entenda, se o matrimônio é idéia de Deus, então o matrimônio é algo muito mais relacionado com o espírito do que com a carne. O matrimônio é antes de tudo uma experiência espiritual, depois emocional e só então carnal. Geralmente a ordem é invertida e aquilo que deveria ser uma benção, passa a ser uma maldição. Todas as vezes que invertermos o que é prioritário no casamento, ele estará fadado ao fracasso.

Assim, o problema do seu matrimonio não é a falta de comunicação, não é a traição, não é a violência, nem a indiferença. Todas essas coisas são o resultado de um problema maior. Seu problema é estar longe de Deus. E cada segundo sem Deus é uma chance para o inimigo dEle entrar na sua casa, na sua vida e destruir tudo o que você construiu com tanto esforço.

Existem casamentos completamente destruídos para os quais qualquer um de nós diria que o melhor seria a separação, mas que decididos a darem uma chance para Deus obtiveram um final diferente e feliz. Vejam, eles não deram mais uma chance a eles mesmos, isso eles já haviam feito inúmeras vezes, mas sem sucesso. Porém, quando de fato deram uma chance ao autor do casamento, tudo mudou.

É simples. Se você precisa restaurar algo que estragou, como uma escultura, uma pintura, ou mesmo um carro, o ideal é que você faça com quem o fez ou fabricou. Se seu matrimônio, hoje, vive em crise, quero dizer que esta novena foi criada no coração de Deus para que você conseguisse enxergar que o seu caso, a sua história, seu matrimônio tem solução. Mas também só tem um caminho: Deus. Não há outro, não há outra saída. Por isso é que você precisa estudar a Bíblia. É por isso que hoje não quero que faça nenhuma promessa de melhora, de mudança de comportamento, a não ser um posicionamento espiritual. Estou falando de dar uma chance ao criador do matrimônio. Nunca vi qualquer casal que tenha verdadeiramente buscado a Deus se separar.

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E você que está querendo viver o dom e a graça sacramental do matrimônio, comece agora a buscar um namoro santo, ou seja, deixe Deus fazer parte do seu namoro, não significa somente frequentar a igreja, com ele ou com ela, é muito mais que isso,

é começar a cultivar na sua fase de namoro, tudo isso que foi ensinado aqui durante estes nove dias. Fazendo assim, o AUTOR do MATRIMÔNIO estárá sempre com vocês e como diz o ditado: “TUDO QUE COMEÇA BEM, TERMINA BEM!

8º dia da Novena

 

Herdeiros da graça da vida

(1 Pd 3,7)

“Quando o nosso ser profundo se volta para Deus e se entrega a ele livre e deliberadamente, na busca de ouvir a sua voz e não de ser ouvido, então há verdadeira oração”. A oração constitui a orientação mais profunda do espírito humano pelo Espírito de Deus! Ele viabiliza o encontro com Deus para além das palavras e dos meros sentimentos. É a contemplação do próprio mistério de Deus. É preciso, como Moísés, tirar as sandálias: ““Não te aproximes daqui. Tira as sandálias dos teus pés, porque o lugar em que te encontras é uma terra santa. Eu sou, ajuntou ele, o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó...” (Ex 3,5-6) É necessário despojar-se de todas as seguranças e dos apegos humanos para adentrar no mistério e contemplar Deus. A consciência é o lugar sagrado onde se dá a verdadeira oração, é a terra santa onde Deus nos fala sobre a nossa “missão”. É Ele quem toma a iniciativa do dialogo: “Moisés apascentava o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Madiã. Um dia em que conduzira o rebanho para além do deserto, chegou até a montanha de Deus, Horeb. O anjo do Senhor apareceu-lhe numa chama que saía do meio a uma sarça. Moisés olhava: a sarça ardia, mas não se consumia. “Vou me aproximar, disse ele consigo, para contemplar esse extraordinário espetáculo, e saber porque a sarça não se consome.” Vendo o Senhor que ele se aproximou para ver, chamou-o do meio da sarça: “Moisés, Moisés!” “Eis-me aqui!” respondeu ele.” ( Ex 3,1-4)

Quando decidimos ir ao encontro do Senhor pela oração, somos sempre ansiosamente esperados por Deus. Quando iniciamos nossos passos em direção a Deus, Ele sai ao nosso encontro, como saiu para abraçar o filho pródigo que retornava após a sua experiência de desamor. “Provai e vede como o Senhor é bom, feliz o homem que se refugia junto dele.” (Sl 33,9) A oração leva ao verdadeiro conhecimento de Deus e de sua soberana vontade, porque “conhecemos” a Deus, é na oração que o Senhor nos revela seus planos: “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai. Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos conceda.” (Jo 15,15-16)

Rezar não é apenas uma opção: faz parte integrante e essencial da vida espiritual, cristã. Também não constitui uma fuga da realidade, uma evasão dos compromissos e da responsabilidades do dia-a-dia, mas um novo impulso para uma ação mais consistente e frutuosa, pois vamos fazer aquilo que Deus quer, portanto, vamos fazer o que precisamos fazer.

“A oração familiar tem como conteúdo original a própria vida de família, que em todas as suas diversas fases é interpretada como vocação de Deus e atuada como resposta filial ao seu apelo...” (João Paulo II. Familiaris consortio, 59) A espiritualidade conjugal está relacionada à graça sacramental própria do sacramento do matrimônio. Requer além do exercício das virtudes humanas e cristãs inerentes à vocação e aos compromissos batismais, as virtudes específicas da vocação matrimonial: vivência diária da comunhão com Deus e conseqüentemente da comunhão entre marido e mulher, segundo o exemplo do amor de Cristo pela Igreja, a fidelidade na esperança e a entrega de vida no Espírito Santo: o amor. Na redenção permanente do amor conjugal pela vitória sobre as paixões, pela superação de qualquer espécie de egoísmo, pela sublimação e purificação do amor recíproco, pela alegria de viver juntos, pelo caminho comum a ser percorrido, pela abertura de coração, os cônjuges vão construindo uma história comum: A HISTÓRIA DE SUAS VIDAS EM DEUS – por isso ele se tornará DURADOURA ATÉ QUE A MORTE OS SEPARE.

Somente desta forma os casais cristãos inserem-se no mundo secular e cumprem sua missão profética, sacerdotal e pastoral no sentido de difundir e defender a fé cristã como testemunhas de Cristo, onde quer que vivam, por meio da criação e da educação dos filhos e da participação ativa na comunidade eclesial e civil.

Como os demais cristãos, os casais, santificados pela graça do matrimônio, devem alimentar-se das fontes da espiritualidade cristã – a meditação e a escuta da Palavra de Deus, a celebração frutuosa e consciente dos sacramentos, a vida de oração, a prática da ascese e da caridade fraterna, o aprofundamento da fé através de encontros de formação, a orientação espiritual, práticas devocionais, etc... – a família deve viver à luz do Evangelho, seguindo Jesus, o esposo, em sua doação total à Igreja, sua esposa. O amor que fundamenta a vida conjugal, é antes de tudo, um dom, uma graça: é preciso pedi-la. Encontrar Deus e ouvi-lo é o objetivo da verdadeira oração. Na vida conjugal os esposos realizam essa busca não apenas individualmente, como cristãos, mas em comum, como casal.

A espiritualidade conjugal é marcada, como vimos, pela promoção do amor, pela fecundidade num horizonte mais amplo, pela fidelidade permanente, pelo compromisso evangelizador. A fecundidade não se restringe à procriação e a educação dos filhos; a fecundidade espiritual faz com que os esposos estejam abertos à geração da vida, em todos os sentidos. Com a força do Espírito santo, Senhor e fonte de vida, o casal cristão torna-se fecundo nos relacionamentos, nos desejos, nos empreendimentos, com o cônjuge, com os filhos e com todos os que o cercam. Vale aqui a máxima popular: “FAMILIA QUE REZA UNIDA, PERMANECE UNIDA”.

6º dia da Novena

 

Este mistério é grande

(Ef 5,32)

“Em sua pregação, Jesus ensinou sem equivoco o sentido original da união do homem e da mulher, conforme quis o Criador desde o começo. A permissão de repudiar a própria mulher, concedida por Moisés, era uma concessão devida à dureza do coração; a união matrimonial do homem e da mulher é indissolúvel, pois Deus mesmo o ratificou: ‘O que Deus uniu, o homem não deve separar.’ ” (Catecismo da Igreja Católica, 1614)

O matrimônio cristão fundamenta-se no amor de aliança de Deus com a humanidade desde a criação e alcança plena realização em Cristo e em sua nova e definitiva aliança conosco, por meio de sua Igreja. De acordo com a revelação bíblica, o matrimônio histórico esta orientado para Cristo e insere-se de modo especial em seu mistério pascal, a partir do qual devem ser entendidos os compromissos de fidelidade e de indissolubilidade, como também os acontecimentos da vida do casal. Até mesmo a cruz, morte e ressurreição fazem parte do processo de amadurecimento dos cônjuges, em vista do aperfeiçoamento no amor. O amor pascal é a verdadeira graça do sacramento do matrimônio.

O parâmetro do amor entre marido e a mulher é o amor de Cristo pela Igreja: “Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela.” (Ef 5,25) Aqui reside o grande mistério: “Este mistério é grande, quero dizer, com referência a Cristo e à Igreja.” (Ef 5,32). No matrimônio atualiza-se, a seu modo, na vida do casal, a eficácia sacramental do amor e da fidelidade de Cristo à sua Igreja. Ao selar com a Igreja, sua esposa, a nova e eterna aliança em seu sangue, Jesus institui todos os sacramentos, também o do matrimônio.

A relação do amor Cristo-Igreja aparece, pois, não só como ponto de comparação (como Cristo amou a sua Igreja), mas também como fundamento da relação entre o homem e a mulher (porque Cristo amou a Igreja). A união Cristo-Igreja, realiza plenamente o ideal querido por Deus ao criar o primeiro casal, Adão e Eva: se rum só coração e uma só carne. Essa plenitude prolonga-se na relação marido-mulher. “O comportamento prático do homem e da mulher deve se configurar segundo o padrão da obediência, amor, fidelidade e entrega existentes entre Cristo e a Igreja” ( Teologia do matrimônio Cristão – Paulus, 1993)

“...O Espírito, que o Senhor infunde, doa um coração novo e torna o homem e a mulher capazes de se amarem, como Cristo nos amou. O amor conjugal atinge aquela plenitude para a qual está inteiramente ordenado: caridade conjugal, que é o modo próprio e específico com que os esposos participam e são chamados a viver a mesma caridade de Cristo que se doa sobre a cruz...” (Papa João Paulo II. Familiaris consortio, 13)

Toda ordem sacramental deve se entendida a partir do evento Páscoa-Pentecostes. O Espírito Santo. Prometido e enviado por Jesus, guia a Igreja em busca da verdade e mantém-na unida no amor. O mesmo Espírito é principio e fundamento do poder santificador dos sacramentos. “O Espírito Santo – que opera a santificação do Povo de Deus, através do ministério e dos sacramentos – confere, ainda, dons particulares aos fiéis, distribuindo-os a todos, um por um, conforme quer.” (Apostolicam actuositatem, 3)

O sacramento do matrimônio celebra a inserção do marido e da mulher no grande mistério da aliança que une indissolúvel e mutuamente Cristo à sua Igreja e é participação no dom do Espírito que está presente na comunidade eclesial, em cada um dos fiéis e particularmente nos esposos. O mesmo Espírito que operou a glorificação de Cristo soergue, dia após dia, os esposos, tornando-os sempre mais semelhantes a Cristo, esposo, e à Igreja, esposa. Tal transformação interior é fruto e expressão do amor de Deus que foi derramando nos corações dos esposos pelo Espírito Santo: “E a esperança não engana. Porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.” (Rm 5,5)

Tudo isso se realiza no também no matrimônio. A graça do matrimônio é também o Espírito santo. Somente com esta graça os esposos poderão cumprir sua missão e compromissos, desenvolver sua união e seu amor, permanecer na fidelidade e na entrega, se templos do Espírito santo e Igreja doméstica. A consagração criatural e batismal no Espírito desenvolve-se e especifica-se na consagração matrimonial pelo Espírito. A aliança matrimonial é igualmente uma aliança no Espírito, e o amor dos esposos é um amor que encontra sua solidez no Pneuma, como principio de renovação e de comunhão permantente.

Durante séculos, a teologia do matrimônio acentuou de tal modo – por vezes até unilateralmente – a procriação como elemento essencial do amor conjugal, que a relação sexual somente era considerada moralmente aceitável quando tivesse como objetivo explícito a geração de filhos. Na verdade, a vocação primeira do ser humano não é a de ser reprodutor, mas a de ser capaz de realizar comunhão de vida, a partir do amor mútuo. A procriação deve ser conseqüência desta experiência, interação interpessoal. Sem a primazia do amor, a geração humana perde sua particularidade, coloca-se no mesmo nível da reprodução dos irracionais. A vocação e a bênção divina não foram concedidas apenas em vista da geração de filhos, mas em primeiro lugar, para que o homem e a mulher se conhecessem reciprocamente e tornassem o mundo mais rico de amor. A geração de filhos deve ser fruto deste amor amadurecido. O “sede fecundos” não se refere simplesmente à procriação, mas também, e em primeiro lugar, à geração do amor mútuo entre os cônjuges, a fim de que a concepção não seja um acontecimento “normal” mas a expressão da verdadeira fecundidade do amor oblativo, verdadeiro e responsável.

4º dia da Novena

 

Deus é Amor!

(1 Jo 4,16)

O ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus, não apenas como individuo, mas também enquanto casal. (Gn 1,27). Na linguagem teológica, a família é freqüentemente comparada à comunidade da Santíssima Trindade. Para uns, a mulher representa o Espírito Santo, a quem são atribuídos amor, doçura, afeto e inspiração; o homem reflete a imagem do Pai, a força, o provedor, aquele que cuida e tem tudo nas mãos e o (s) filho (s) se encontra na figura do Cristo, que se fez obediente e viveu em profunda comunhão com a família. Embora seja uma analogia, não deixa, contudo, de exprimir algo do mistério de Deus Amor e Criativo e da capacidade amorosa e criativa do ser humano. O casal recebe de Deus a plenitude e a abundância do amor do Pai, a confiança e o sim do Filho, a força e o calor do Espírito Santo. Pelo matrimônio, o homem e a mulher tornam-se, juntos, imagem e semelhança de Deus Trindade. O sacramento de ser amor mútuo cumula-os de graças e chama-os a viver essa comunhão de amor destinada a ser verdadeiro modelo de santidade. Quanto mais refletem na vida o amor divino, tanto mais desenvolvem a capacidade de amar.

Os gregos distinguem três dimensões do amor: o amor de paixão (Eros); o amor de amizade (Philia) e o amor oblativo (Ágape) e é justamente o equilíbrio dessas dimensões que caracteriza a maturidade da pessoa.

Eros - freqüentemente o termo erótico é empregado como sinônimo de devassidão, depravação, libertinagem, tudo o que envolve o sexual-genital. A teologia moral, no entanto, não tem dúvidas em afirmar que a sexualidade e o erotismo são parte integrante do próprio matrimônio e, por conseguinte, do sacramento do matrimônio. Etimologicamente, erótico é atributo daquele que demonstra grande atração, paixão, amor intenso.

O impulso erótico não é simplesmente uma realidade física ou biológica, nem um fato meramente espiritual; parte da atração dos sexos, mas vai além do prazer sexual, impulsionando o ser humano para o encontro com o outro em vista da complementaridade entre as pessoas. Sentir a força do Eros nos instintos sexuais não é indecoroso, mas é parte da personalidade bem constituída. O erro, o pecado é o egoísmo que se pode estabelecer nas relações desequilibradas. Graças a este impulso erótico é que o ser humano é capaz de lutar por uma causa, investir na busca de um ideal, persistir numa caminhada que, embora difícil, é fascinante. O Eros é fonte de realização pessoal e salvação; abandonado as suas próprias inclinações, torna-se constante tentação e põe em risco a própria salvação. O dinamismo capaz de orientar o eros é a Philia.

Jesus imprime novo caráter, nova profundidade à amizade: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos.” (Jo 15,13) Amigo é a pessoa querida por nós; com ela mantemos relações de afeto, de entrega, de confiança (carus – caritas). Sentimos prazer (Eros) em estar com os amigos. A verdadeira amizade liberta as pessoas de apegos doentios; jamais usa os outros para interesses próprios. É essencialmente altruísta. O autor do Livro do Eclesiástico adverte: “ Se queres adquirir um amigo, adquire-o na provação; não te apresses em confiar nele. Porque há amigo de ocasião, que não persevera no dia da desgraça” (Eclo 6,7-8) Sem a capacidade de dar e de receber o amor-amizade, não é possível alimentar a solidariedade, o amor-universal. O fechamento em si mesmo impede qualquer tentativa de ser solidário com o outro, porque o verdadeiro amor não conhece egoísmos. Philia é o início da capacidade de ver e perceber o outro e de ir ao encontro dele. O dinamismo capaz de orientar bem a Phlilia é o Ágape.

O Ágape não exclui o Eros, nem a Philia, mas integra-os numa síntese maior. Na mitologia grega, os deuses não amam, porque possuem tudo; para os cristãos, Deus, exatamente porque é o Senhor de tudo, é também aquele que tudo provê em seu amor: “Quem não ama, não chegou a conhecer Deus, pois Deus é amor” (1 Jo 4,8) No Ágape cristão, Deus entra em comunhão com os seres humanos no amor e por amor. Ele se interessa pelos seres humanos não porque eles tenham algo a oferecer-lhes, ou porque deles tenha necessidade, mas porque ele é AMOR. A gratuidade do amor divino é a característica fundamental do Deus-amor. O Ágape é a plena vivência do amor Eros e Philia na perspectiva da decisão de amar, da oblação.

Por meio do Ágape cristão o amor matrimonial é capaz de ir além da simples amizade (Philia) e de canalizar a paixão (Eros) em vista da comunhão pessoal e da aceitação não egoísta do outro. Sempre existirá tensão entre o Eros e Ágape, mas eles não se opõem, pelo contrário, completam-se, integram-se. Assim como não há amor sem paixão, não existe paixão positiva que não se plenifique num amor mais profundo, na entrega, na doação.

O matrimônio estável tem necessidade de manter equilíbrio entre o amor realizador (Eros) e o amor oblativo (Ágape). Embora essa harmonia seja adquirida também a partir do esforço humano, é essencialmente dom de Deus. “ É hora de sabermos que, quando não há condições para amar - quando não há uma infra-estrutura psicológica, moral, espiritual, afetiva e psíquica, na personalidade de cada um- a vida conjugal resvala no desfiladeiro da incompatibilidade, tanto mais depressa quanto mais os dois pensam que se amam, pois acabam cegos para a verdade de cada um. E, cegos, como evitar choques por deficiência de visão? Não basta o auxílio das ciências humanas, ainda que necessárias, precisa-se de Deus! O Eros e o Ágape estão simultaneamente, sob o influxo do pecado e da graça.