quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Sacramento do Matrimônio

 

Queridos Acólitos, tivemos a grande oportunidade de refletir nesta novena de São Sebastião sobre o sacramento do Matrimônio, e vivemos uma experiência muito profunda de Deus.

Agora que caminhamos, postarei aqui o texto dos nove dias da novena, para o estudo individual e o aprofundamenteo neste sacramento crucial para a vida do cristão.

Esperamos que aproveitem e amadureçam nesta realidade.

Beijos no Coração…

Daniel Couto e Karina Freitas

1º dia da Novena
Homem e mulher, os criou!

(Gn,1,27)

O homem e a mulher são criados por Deus em perfeita igualdade como pessoas humanas e, por outro lado, tem suas diferenças no seu modo de ser, porém estas diferenças não diminuem a sua idêntica dignidade, pelo contrário, esclarece.

Embora Javé manifeste-se contrário à materialização de sua imagem, a fim de evitar magia e idolatria: “Não farás para ti escultura, nem figura alguma do que está em cima, nos céus, ou embaixo, sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra. Não te prostrarás diante delas e não lhes prestarás culto. Eu sou o Senhor, teu Deus, um Deus zeloso que vingo a iniqüidade dos pais nos filhos, nos netos e nos bisnetos daqueles que me odeiam. (Ex 20,4-5), permite, contudo, a confecção de dois querubins junto ao propiciatório e da serpente de bronze. “Farás dois querubins de ouro; e os farás de ouro batido, nas duas extremidades da tampa, um de um lado e outro de outro, fixando-os de modo a formar uma só peça com as extremidades da tampa. Terão esses querubins suas asas estendidas para o alto, e protegerão com elas a tampa, sobre a qual terão a face inclinada. Colocarás a tampa sobre a arca e porás dentro da arca o testemunho que eu te der. Ali virei ter contigo, e é de cima da tampa, do meio dos querubins que estão sobre a arca da aliança, que te darei todas as minhas ordens para os israelitas.” (ex 25,18-22) “Moisés fez, pois, uma serpente de bronze, e fixou-a sobre um poste.” ( Nm 21,9).

O Ser Humano é imagem de Deus, não de um deus, mas do Deus Único e Verdadeiro; essa é a maior dignidade conferida ao homem e à mulher: Todo aquele que derramar o sangue humano terá seu próprio sangue derramado pelo homem, porque Deus fez o homem à sua imagem.” ( Gn 9,6). Deus lhes concede poder sobre as demais criaturas; poder, se não de criar, ao menos de procriar: “Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher. Deus os abençoou: "Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.” (Gn 1, 27-28). O salmista não se cansa de louvar a Javé pela grandeza de sua obra-prima: “Ora, Deus criou o homem para a imortalidade, e o fez à imagem de sua própria natureza.” (Sb 2,23) O Novo Testamento aplica várias vezes o termo imagem de Deus ao ser humano: “... com ela(a língua) bendizemos o Senhor, nosso Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus.” (Tg 3,9). Por isso , o ser humano deve ser perfeito como sua imagem é perfeita: “Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito.” (Mt 5,48)

No entanto, o ser humano – imagem ainda imperfeita de Deus – precisa ser transformado por Cristo, imagem de Deus invisível: “Ele é a imagem de Deus invisível, o Primogênito de toda a criação.” (Cl 1,15), até chegar à estatura de ser humano perfeito: “...até que todos tenhamos chegado à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, até atingirmos o estado de homem feito, a estatura da maturidade de Cristo.” (Ef 4,13). Criado à imagem de Deus, que é essencialmente comunhão de pessoas, o ser humano é chamado à vida de comunidade: O Senhor Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só...” (Gn 2,18) A vocação humana realiza-se em comunidade e fundamentalmente à dois; o ser humano é criado à imagem de Deus-comunhão, de Deus uno na trindade de pessoas. A dualidade – homem e mulher – é necessária para que possa haver unidade. “Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne.” (Gn 2,24) A mulher não constitui simples companheira que faça o homem superar sua solidão: “Eis agora aqui, disse o homem, o osso de meus ossos e a carne de minha carne; ela se chamará mulher, porque foi tomada do homem.” (Gn2,23) Adão reconhece Eva como parte de si mesmo, alguém com quem possa dialogar. A totalidade humana é masculino-feminino. O homem, em sentido pleno, não é apenas o homem como varão, mas também como mulher. O todo do ser humano não existe apenas como um “eu”, mas como um “eu” para um “tu”; um “eu” que só é pleno quando chega à maturidade de perceber que precisa sair de si mesmo, do seu egoísmo, para se “perder” na dimensão de um “tu” no qual de fato irá se encontrar na sua origem primeira: “homem e mulher, os criou” (Gn 1,27). O ser humano está necessariamente aberto para a alteridade, ou seja, para o outro, o diferente.

Não existe vocação à unidade de vida onde não há dualidade de pessoas. A mulher será a alma gêmea do homem, uma só carne.

O matrimônio corresponde à vontade de Deus. Homem e mulher são criados um para o outro e, juntos, em sua correspondência recíproca, são imagem de Deus. Desse modo, a relação homem-mulher reflete com clareza o íntimo do ser humano em si mesmo. A complementaridade entre o homem e a mulher não constitui apenas uma realidade de ordem sexual, reprodutiva, mas é chamada à comunhão de vida, a exemplo da comunhão trinitária. A dualidade homem-mulher corresponde à essência do ser humano.

O matrimônio implica em uma riqueza antropológica, que é, ao mesmo tempo, um permanente desafio: os dois serão uma só carne. É um acontecimento essencialmente relacional, porque sela o encontro entre duas pessoas, quer em suas relações espirituais, afetivas ou sexuais levando a uma liberdade e à maturidade da personalidade. Embora não sendo a única forma de realização pessoal, o matrimônio, de certo modo, ilumina as outras.

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